Tudo acontece de uma maneira despropositada. Mesmo depois que relatei a toda minha família que fui afetado por um abuso sexual - ou brincadeira de criança para quem prefira assim -, pouca gente acreditou em mim.
Primeiro veio aquele papo de Psicóloga: "Isto é (ou pode) ser fantasia de sua cabeça".
Depois, igualmente frustrante, veio o papo de mamãe já alegado acima: "isto foi brincadeira de criança".
Sim, juridicamente foi uma brincadeira de criança. Mas ainda haverá o tempo em que verei lado a lado uma criança de 6 e uma de 12 anos, para eu sentir na pele a diferença de formação PSICOSSOCIAL que há nestas duas crianças (ainda que eu não seja Psicólogo que detenha esta atribuição). E eu sei, que independente de tudo, esta situação contribuiu sim por um certo desajuste social que permeou minha vida.
Não bastasse esse fato, este primo, além de ter me dado meu primeiro gole de cerveja, alertou-me quanto à inexistência de Papai Noel. Bem no Natal em que havia ganhado, de papai e mamãe, minha magnífica bicicleta.
Tudo bem até aí. Mas não bastasse estes fatos... minha mana ainda aceitou o convite para ser madrinha de batismo ou consagração de um (ou dos dois?) filhos deste primo.
Depois deste fato eu comecei a rir absurdamente. Eu pensava que fosse morrer. De tanto sorrir.
Até hoje, discretamente, sorrio. Ele é hilário.